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🧱 Quem é o Trabalhador Intelectual do Yoga?

Filosofia, ensino e o problema da alienação nas escolas e nas tradições espirituais

Por PhD. Roberto Simões


Vivemos de pensar, de ensinar, de escrever, de criar práticas e experiências transformadoras. Mas… já parou para se perguntar em que condições materiais esse nosso trabalho acontece?


Se você é professor de yoga, de filosofia, de meditação, ou qualquer outro trabalhador da cultura, da arte ou da espiritualidade… você é um trabalhador intelectual. E como todo trabalhador, você está inserido em relações de produção.

E como ensinou Marx: ninguém está acima da luta de classes. Nem mesmo quem ensina sobre consciência, iluminação ou filosofia.


📚 Produzimos ideias, mas em nome de quem?

A grande ilusão é acreditar que trabalhar com saber, com cultura ou com espiritualidade nos coloca fora da lógica da exploração. Não estamos.

Quando damos aula numa escola de yoga, quando publicamos num blog, quando gravamos um curso para uma plataforma, ou mesmo quando escrevemos um livro... estamos produzindo valor. E na maioria das vezes, esse valor é apropriado por alguém que detém os meios de produção.


👉 O dono da escola lucra com as mensalidades.

👉 A plataforma lucra com as assinaturas.

👉 A editora lucra com os livros.

👉 O "guru" lucra com a manutenção do seu status e da sua rede de influência.


Enquanto isso, o professor vive de cachês mal pagos, porcentagens ridículas ou… pior: de "reconhecimento simbólico". Sabe aquele papo de "é importante pra sua visibilidade"? Pois é. Exploração com verniz de gratidão.


🧠 A alienação não é só material. É ideológica.

E o problema não é só o dinheiro.

O problema é que o próprio conteúdo que produzimos, muitas vezes, já vem enlatado, domesticado, pasteurizado pelas necessidades do mercado ou pelas doutrinas das tradições.


👉 Você dá o curso que te mandam dar.

👉 Você repete os mantras de uma tradição sem poder questioná-la.

👉 Você adapta sua aula pra vender mais pacotes.

👉 Você coloca nomes bonitos (Mindfulness™, Autoconhecimento™, Yoga Terapêutico™) pra caber nas exigências do público consumidor.


A alienação é quando você já não reconhece mais o próprio sentido do seu trabalho. Quando sua aula vira um produto. Quando seu saber vira mercadoria. Quando sua fala vira um roteiro de marketing.


🌱 Qual o caminho?

Isso não significa que estamos condenados a isso pra sempre.

Marx sempre apostou na possibilidade de transformação das condições materiais da existência. Isso passa por:


Organização autônoma dos trabalhadores intelectuais.

Criação de plataformas próprias, escolas críticas, coletivos livres.

Reapropriação dos meios de produção intelectual.

Questionamento radical das tradições, das instituições e das formas de ensino.


E talvez o mais difícil: reconstruir nossa própria relação com o saber e com os nossos alunos.

Não é sobre "ser o mestre". É sobre sermos juntos trabalhadores da experiência, da pesquisa, da filosofia, da práxis.


🚩 Por isso existe o Yoga Contemporâneo.

O que a gente faz aqui é isso: romper com as formas alienadas de ensino de yoga e de meditação.


Nossa plataforma é um espaço de estudo crítico, de descolonização do saber, de análise das condições históricas e materiais que moldaram o yoga, o autoconhecimento, a neurobiologia, a meditação… tudo isso que, no mercado, virou pacote de autoajuda.

Aqui, a gente pensa junto. Aqui, ninguém é dono da verdade. Aqui, você não é "só um aluno". Aqui, você é parte de uma construção crítica, livre, profundamente política.


👉 Se você está cansado da alienação espiritual travestida de autoconhecimento…

👉 Se você quer estudar yoga com profundidade, sem gurus, sem gurus, sem gurus…

👉 Se você quer entender a sua própria posição enquanto trabalhador intelectual…


Vem estudar com a gente.

 
 
 

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