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YOGAS, SINAPSES E MENTES


Somos corpos. Sua mente é uma ideia deles e das relações com outros corpos. E seu corpo é todo inervado. Nervos, são um conjunto de neurônios num conduíte. Neurônios se comunicam de forma eletroquímica pelas sinapses; sinapse é um espaço, um afastamento, um vazio entre neurônios - e os 100 milhões de conexões possíveis que cada neurônio pode realizar com os outros corpos que nos compõem. Todos os organismos (esses corpos organizados, com órgãos) são apenas estratos de outros corpos-sem-órgãos (todos os potenciais corpos em ser-sendo) numa tessitura rizomática. Todo o sistema nervoso, ao contrário do que se imagina, é caosmótico.


Ah carai, tô viajando!
Não, está sendo desorganizado, desformado; assim como toda yogar autêntico. Sua estranheza, faz parte do meu programa em desterritorializar os mundos (mayas) sobrecodificados em você. Você está um corpo-organismo-todo-formatado para ser esse euzinho que ama e preza tanto. Eu, e meu yogar-escrito, temos um plano pra você.

Sua pele, esse gigantesco órgão, é todo inervado, cada poro e fibra muscular estão intimamente interligados a outros órgãos e corpos não-organizados (pura energia, prana?), sobretudo o cérebro e o sistema neuromuscular. Um simples flexionar ou relaxar no seu dedo mindinho da mão esquerda, envolve uma gigantesca malha elétrica, bioquímica, psíquica e social; há uma intensa micropolítica atuando agora enquanto você lê e busca um ordenamento de tudo até aqui que caiba e faça sentido (ético) na realidade (maya) em que vive. Há intensas outras inventações necessárias para se sentir em sobrecodifcações, ou seja, tornar-se permeável às minhas inserções de significado e subjetividades para se compor em processos decoloniais corporíficos.

Entenda o rolê até aqui? Saca só o que eu estou me indispondo com você. Há uma linha muito tênue entre impor yogares e dançar junte, em diálogo e não depósito de saberes, mas criações de epistemes (vivekeanando juntes). Estamos em relação de agenciamentos em intensidades aliados a um yogar: estaríamos em Yoga Partner?


Agora, meu desejo é lhe causar certo espanto sobre o mundo que você-corpo-mente-alma SÃO. Há uma "mística" operando entre nós, enquanto sendo atravessados por outres corpos a todo momento: corpos-letras, palavras, sons, cores, ideias (mesmo confusas). Somos o mineral, vegetal, animal e energético infinitamente compondo e decompondo jeitos de estarmos numa realidade ordenada de tal fluir que todos nos entendemos, GENTE.

Corta agora e se pense numa prática de yoga com tudo isso sendo desorganizado de forma indisciplinar; ou não, são seus neurônios, sinapses, poros, pele e outros órgãos e subjetividades sendo arregimentados para compor ou decompor verdades específicas, todos mayas lindos se entrelaçando no real: amor fati.


O quanto do seu yogar é um aparelho-de-captura ou uma máquina-de-guerra contra posturas autoritárias que visam organizar e (in)dispor sua neuroplasticidade a desejar vidas pequeno-fascistas ou, o oposto, um yogar cotidiano (in + out-mat) transitando na produção de sua autonomia intensa? Somos gentes povoados por corpos gentis cheios de ideias (vrttis) em fluxos inter-sendo (salve Thich Nhat Hanh). Ora flexionam, ora relaxam, sem meios-termos, caminhos-do-meio ou homeostases eternas, só fluxos psíquicos, neuronais, corticais, imunoendocrinológicos, subjetivos… tudo é real em maya. Somos inacabados, por isso mesmo, sinapses agenciando encontros buscando intensidades.

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